60 anos do desaparecimento físico de Camilo Cienfuegos, “Herói de Yaguajay” da Revolução Cubana
28 de outubro é o dia em que Cuba recorda o herói da Revolução Camilo Cienfuegos, desaparecido há exatos 60 anos.
Camilo Cienfuegos Gorriarán, nasceu em Havana, 1932, em uma família de alfaiates. Com aptidão artística, ele conquistou uma vaga na Escola Nacional de Belas Artes San Alejandro, mas logo teve de abandonar os estudos superiores devido a dificuldades financeiras.
A pobreza e a desigualdade em Cuba nos anos 1950, submetida a um regime político autoritário sustentado pelos interesses norte-americanos para a ilha, eram alarmantes.
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Em 1954, Camilo integrou os movimentos estudantis contra a ditadura de Fulgencio Batista e, dois anos mais tarde, fichado pelos órgãos de repressão de Batista, tendo sido inclusive preso e torturado, partiu rumo aos Estados Unidos e depois México, onde entrou para a organização rebelde Movimiento 26 de Julio, liderado por Fidel Castro.
De volta a Cuba, inicialmente, os rebeldes atacaram pequenas guarnições para então depois, com mais armamentos, combatentes e simpatizantes, adentrar cidades maiores. Camilo, com apenas 26 anos, se tornou o primeiro líder guerrilheiro que travou uma batalha exitosa contra o exército do ditador Fulgencio Batista fora das montanhas da Sierra Maestra, no leste da ilha. Devido ao destaque de Camilo na liberação de uma dessas cidades, ficou conhecido como o herói de Yaguajay.
Embora inicialmente tivesse lutado na Sierra Maestra na coluna 1, José Martí, sob comando de Fidel, logo Camilo ganhou destaque em função de seu carisma e atuação na guerrilha e, em 1958, ele foi promovido a Comandante da coluna 2, Antonio Maceo, para operar no triângulo geográfico cujos vértices estavam localizados nas cidades de Bayamo, Manzanillo e Victoria de Las Tunas.
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Nos meses posteriores à Revolução, Camilo serviu como Chefe do Estado Maior do Exército Cubano, atuando para blindar o governo de contra ofensivas conservadoras e teve uma participação importante na implementação das reformas agrárias. Ficou conhecido por usar um chapéu de abas largas, ser adorado pelo povo e, segundo seus amigos, ser muito brincalhão.
Em 28 de outubro de 1959, poucos meses após o início da Revolução, o avião que Camilo usava para se transportar de Camaguey para Havana encontrou uma forte tempestade. Ao alterar a trajetória para evitar a tormenta, o avião desapareceu dos radares no estreito da Flórida e nunca mais foi encontrado. Na época, Camilo tinha apenas 27 anos.
De acordo com Fidel Castro “homens como Camilo Cienfuegos emergiram da cidade e viveram para a cidade. Nossa única compensação pela perda de um parceiro tão próximo de nós é saber que o povo de Cuba produz homens como ele, Camilo vive e viverá na cidade.”
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E Che Guevara afirmou que “Camilo era Camilo, senhor da vanguarda, um guerrilheiro completo que foi imposto por aquela guerra colorida que ele sabia fazer ”.
Até hoje, o povo costuma a jogar flores nos rios como homenagem a Camilo, tradição iniciada por seu amigo íntimo, Che Guevara.
Embora não tenha se convertido em um símbolo ideológico mundial da esquerda, como Che Guevara, ou tenha adquirido o posto mais alto do governo cubano, como Fidel Castro, Camilo permanece muito prestigiado pelos cubanos, como a memória de um revolucionário muito querido e próximo ao seu povo.
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